segunda-feira, 6 de março de 2017

SÉRIE
MINICONTOS










OS 7 PECADOS CAPITAIS







GULA
AVAREZA
LUXÚRIA
IRA
INVEJA
PREGUIÇA
VAIDADE


GULA
No seu prato de comida
Uma breve reflexão
Contemplando o que já tem
O estômago cheio de pão
O vazio do outro não lhe convém
Egoísmo humano do patrão.





AVAREZA
Sêneca, Aristóteles e Platão
Abordaram com tamanha leveza
A insatisfação da ambição
Eis a única tristeza
Dinheiro
Odor da estupidez
Vulto dos inimigos
Arrogância cultural
Usura do caráter
Avareza
Rima fácil da pobreza







LUXÚRIA

Desejo
Da carne
Ensejo
Do egoísmo
Lascívia e Sexualidade
Vício lícito
Sede de venenos
Presa degradante
Ópio
Cio
IRA

Fúria e furor
Gana e Cólera
Vingança
Castigo
Punição
Cabe
Deu-se cabo
Acabou-se


INVEJA

Do socialmente resevado
Do decoro e da retidão
Da moral excessiva
Do status social
O desprezo de Bennet
Enaltece o Sr Darcy
Viva Jane Austen
Viva!


PREGUIÇA

Mário de Andrade
De certo não possuía
Ou não podia
Criou Macunaíma
Herói sem caráter
Do "Ai, que preguiça!"
Só me basta dizê-lo
Não por zelo
Mas, por molícia.



VAIDADE

O engano do escritor
O desacerto do poeta
O equívoco do artista
O crime do comum
E dizer comum já é vaidade
O convincente esnobismo
Da tolice humana
Vaidade deveria ser
Sinônimo

De erro.

terça-feira, 31 de janeiro de 2017

DIPSOMANIA

Tenho mais livros que amigos
Pouco afeto dos inimigos
Distribuo sorrisos
Dispenso intimidades
O meu eu é sozinho
No canto torto do meu olho salgado
Há cinzas de um passado
Fogo cruzado que não cessou
Namore o meu amor
O meu amor sou eu
Nas facetas de vários "Romeus"
Meu universo transviado
Transvalorizado
Austenizado
Vai se perdendo no breu
Na bruma
Na pluma
No cão de Melo Neto
E a vida
Quimérica e inimaginável
Segue sem prumo
Sem rumo
Já chegou o Carnaval.

quinta-feira, 29 de dezembro de 2016

Ressalva

E chamava-se Paula
E vestia-se de vermelho
Há vezes, de lilás
Por cores que não sabia
Por amores que escondia
Por não saber ser fulgaz
Aliás,
Seu rosto era destino
Pureza de um libertino
Paulatinamente à cantar
Ah! Se te soubestes tão bela
Nas linhas de uma aquarela
Teu ser divino iria pousar
E haverá de ter meu amor peregrino
Columbino, dançarino
Verrumando tua estrela-do-mar!


Snapshot

"Ler emails antigos,
Declarações que já se foram,
Amores que não duraram,
Vida que nada restou.
Fotografias e lembranças,
Momentos de solidão,
Sorrisos de dor.
Quem nunca?
Quem sempre?
Quem deseja, talvez?
O mundo vem fugaz,
Mais uma vez, encanta.
Mais uma vez, sou cais,
Vítima, por querer mudança."

sábado, 5 de março de 2016

O passado de si mesmo (Ode a Drummond)

Caberá a mim, pobre de mim
Leitor mudo, sonhador
Decadente estrela em busca
da libertação dos instintos
Indivíduo perdido na massa
Fugitivo de tantos mundos
Caberá a mim, dizer de ti
Que passeava no jardim nas
manhas daquele tempo,
onde o céu era verde sobre o gramado
com o coração pequeno, muito pequeno
a suspirar por Itabira
ao enxergar, em meio as palavras melancólicas
um fogo celeste, um mistério de vida
Vida que morre sem ter tido tempo
Vida, lenta e morna, morta, noite sem ruído
Caberá a mim
Caberá a ti
Caberá assassinar a poesia nos livros
dessa vida de poeta honrado sem importância
Em verdade sou muito pobre, nobre amigo
Há vezes, suicido. Mas é apenas a morte, sob o vento
E o leio.
Minh'alma tal qual a tua se interroga
Devemos calar?
Já me calei.

(Júh Brito)

domingo, 31 de maio de 2015

Meu bem

Por tudo que em mim me arde,
Pelo todo que de mim faz parte,
Abandono-me.
Entrego-lhe o que hoje sou.

Nas desesperanças
Na construção diária das incertezas
Minha natureza não cria autodefesas
Corre livre como um rio e vai

Rumo ao teu peito nu
Sem destino previsto
Sobre caminhos perfeitos
Das andanças cambaleantes

Já não há medos,
A noite não é insalubre,
Corre livre o rio e deságua
Na fonte viva do seu amor.

sábado, 10 de janeiro de 2015

Binômio

Um vazio,
Um vazio no gosto,
Um vazio torto,
Na imensidão, vazio.
Certo vazio, torto.
Um alvoroço,
Um gosto amargo, gosto,
O corpo frio.
Cheio, ébrio, baldio.
Morto, oposto, subcomposto, arredio.
Anseio, um vazio.
Desvio, um alvoroço,
O corpo frio, arredio.